Passam mais de dois anos sobre o grande surto de legionella que afetou 375 pessoas na zona sul do concelho de Vila Franca de Xira. O surto foi um dos mais graves de que há registos à escala mundial e, até à data, a Justiça não puniu os responsáveis. A criação recente da Associação de Apoio às Vítimas da Legionella poderá ser um fator que contribua para que este caso venha a ter solução e as vítimas possam ser ressarcidas, simbolicamente, dos danos para a sua saúde que dizem ainda sentir atualmente.
A Coordenadora Concelhia do Bloco de Esquerda de Vila Franca de Xira considerou que este caso seria um interessante ponto de partida para debater com os cidadãos questões ambientais, de saúde pública, mas igualmente questões que se prendem com a salvaguarda dos direitos humanos das populações. Nesse sentido, o Bloco de Esquerda realizou a sessão pública "Cidades e Políticas - Ambiente, Saúde, Direitos Humanos" no passado sábado, 18 de abril de 2017, no auditório da Igreja Paroquial da Póvoa de Santa Iria.
A sessão contou com a presença, como oradores, de Jorge Costa (deputado do Bloco de Esquerda e com regular intervenção em questões ambientais, nomeadamente denunciando na Assembleia da República situações ambientais do nosso concelho), José Manuel Boavida (médico e dirigente do Bloco de Esquerda) e Joaquim Perdigoto Ramos (ativista da Associação de Apoio às Vítimas da Legionella e, ele próprio, uma vítima do grande surto).
A sessão conseguiu suscitar o debate com o público sobre a esperada resolução do caso da Legionella, sobre o que é importante que ocorra na legislação e nas práticas das várias entidades para que casos como este não se repitam, mas igualmente sobre outras questões como a situação atual do Mouchão da Póvoa, o perigo que representa a central nuclear espanhola de Almaraz e outras situações presentes de contaminação do Rio Tejo.